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Ronnie Lessa delatou preso pela Lava Jato como mandante da morte de Marielle, diz jornal

O assassinato brutal da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco (PSOL), que completará seis anos em março deste ano, ganhou um novo capítulo intrigante com os desdobramentos de uma suposta delação do ex-policial Ronnie Lessa, apontado como autor dos disparos que ceifaram a vida de Marielle e do motorista Anderson Gomes.

Lessa, que fechou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal no final do ano passado, teria revelado, de acordo com informações veiculadas pela Band, que o mandante por trás do assassinato seria o atual conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão. Entretanto, o acordo aguarda homologação pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) devido ao foro privilegiado de Brazão.

Domingos Brazão, ex-político do MDB que apoiou a campanha de Dilma Rousseff à presidência da República, já foi detido em 2017 no âmbito da Operação Lava Jato, acusado de corrupção. O conselheiro do TCE-RJ negou envolvimento no assassinato de Marielle, afirmando desconhecimento da ex-vereadora até o momento de sua morte, e alegou que a Polícia Federal estaria buscando prejudicá-lo.

A delação de Ronnie Lessa, que está preso desde março de 2019, revela detalhes de um crime que chocou o país. Outro ex-policial, Élcio Queiroz, também envolvido no caso, apontou Lessa como o responsável pelos disparos, enquanto ele próprio dirigia o veículo usado na emboscada. Uma terceira pessoa, o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, também foi citado como participante na vigilância a Marielle e foi preso em julho de 2023.

A suposta motivação para o crime inclui possíveis disputas e vinganças políticas. Brazão, já denunciado anteriormente por tentar obstruir as investigações sobre a morte de Marielle, teria tido desavenças com Marcelo Freixo (PT), atual presidente da Embratur, durante o tempo em que Freixo era deputado estadual pelo PSOL. O retorno de Brazão ao Tribunal de Contas, após quatro anos de afastamento, ocorreu no ano passado.

Após o assassinato de Marielle, o nome de Brazão surgiu como suspeito, especialmente com a federalização do caso em 2020. A ministra Laurita Vaz, do STJ, mencionou que houve considerações sobre uma possível vingança de Brazão em relação às intervenções de Freixo, culminando em seu afastamento do cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas.

O desenrolar dessas revelações promete lançar luz sobre um dos casos mais complexos e impactantes da história recente do Brasil.

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