O Plano de Demissão Voluntária (PDV) da maior empresa pública de Sergipe, a Deso, foi concluído na última sexta-feira, dia 11 de outubro; 352 trabalhadores efetivos aderiram ao PVD. Somando com os 233, que no mês de março aderiram à cláusula de indenização por desligamento voluntário da empresa, o número total é de 585 funcionários demitidos.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgotos do Estado de Sergipe (SINDISAN), muitos funcionários possivelmente fizeram a demissão voluntária, por conta de pressão psicológica e até mesmo temendo demissões futuras.
“Ouvia-se muito nos corredores da empresa o temor de companheiros e companheiras com o que estava por vir, principalmente o pessoal da área comercial e de esgotos, setores que serão assumidos pela Iguá. Muitos trabalhadores efetivos essenciais para a Companhia aderiram por medo de demissão futura e de terem perdas financeiras”, comentou Aécio Ferreira, secretário-geral do SINDISAN.
No início de setembro, o Governo de Sergipe leiloou parte de alguns serviços da Deso. Por R$ 4,5 bilhões, a empresa Iguá Saneamento foi a vencedora e por 35 anos, terá a concessão e será a empresa responsável pela distribuição de água e pela coleta e o tratamento de esgoto. Os demais serviços, segundo o Governo de Sergipe, continuarão com a Deso.
“Certamente, o governador, por seu perfil neoliberal e privatista, deve estar muito satisfeito com essa demissão em massa de trabalhadores da DESO, que era tudo o que ele queria: vender parte dos serviços da Companhia e demitir parte dos seus trabalhadores. Isso ele defendia em campanha e é esse o modelo de gestão que ele não abre mão, o da privatização dos serviços públicos”, criticou Aécio.
Ainda conforme o Sindicato, as demissões também impactarão na economia. Um estudo feito pelo SINDISAN indicou que com as demissões, Sergipe terá 8,287 milhões mensais a menos circulando na economia, com um total de R$ 99,45 milhões anuais a menos.